Auxiliar na reabilitação ou adaptação de pacientes a novas condições de vida após mudanças significativas na saúde é uma das atribuições do terapeuta ocupacional
Diante de uma vivência de adoecimento, com quadros clínicos potencialmente ameaçadores da vida, por exemplo, o indivíduo pode apresentar alterações em componentes motores, emocionais, psíquicos e sociais, dificultando o desempenho ocupacional. Além disso, do diagnóstico até o retorno ao lar ou ao início do processo de finitude da vida, a rotina habitual sofre alterações com impactos ocupacionais tanto para o paciente como para seu núcleo familiar.
Hábitos como escovar os dentes, tomar banho, preparar o café, por exemplo, podem tornar-se mais complexos para quem está em processo de adaptação. Por isso, a atuação terapêutica ocupacional é focada nos objetivos, nos desejos e nas necessidades de cada pessoa, tendo em vista seu quadro clínico geral.
Dessa forma, os profissionais de Terapia Ocupacional desempenham um papel importante nos cuidados, identificando o histórico ocupacional e atividades de interesse do paciente, bem como estruturando um plano terapêutico individual que auxilia na criação de soluções satisfatórias para desempenho ocupacional, a depender da condição de saúde de cada indivíduo.
O paciente: como analisar suas necessidades
O terapeuta realiza uma avaliação completa do paciente, com o intuito de identificar as habilidades que ele tem, queixas sobre dificuldades na funcionalidade e possíveis modificações ou adaptações no desempenho das atividades. Essa etapa é primordial, pois ela não só olha para o físico, mas também para o lado emocional, espiritual, social e ambiental do paciente.
“Somos seres inteiros. Na avaliação, não podemos enxergar só parte do sujeito. Mas sim, quem essa pessoa é, quais são seus gostos e valores, como é sua rotina, quais são as habilidades que possui, como está sua funcionalidade. Com essas informações, é criado um plano de cuidados personalizado, de acordo com suas necessidades. O objetivo é que o paciente retorne às suas atividades com o máximo de autonomia e independência possíveis”, explica Mariana Paculdino Neves, terapeuta ocupacional (TO) da YUNA.
Segundo a especialista, esse plano objetiva maximizar a independência e a qualidade de vida do paciente e pode incluir uma variedade de estratégias, que vão desde adaptação ao ambiente até o uso de tecnologia assistiva ou manejo da dor e da fadiga, através de técnicas de conservação de energia e proteção articular.
O plano desenvolvido é centrado no paciente e, para que os objetivos terapêuticos sejam alcançados, necessita da colaboração da pessoa e familiares, quando necessário, durante todo o processo de reabilitação. Afinal, o paciente, apoiado por sua família, é quem vai seguir as orientações dadas nos atendimentos. No caso dos cuidados paliativos, a presença da família também é importantíssima para otimizar o posicionamento adequado, prevenindo deformidades e auxiliando no controle da dor, além de contribuir para manutenção da rotina de cuidados e no estímulo de maior participação do paciente.
Criar estratégias práticas, como a simplificação de atividades e planejamento de rotinas, exploração do uso de auxiliares de memória, orientações em relação ao nível de supervisão e auxílio que o paciente pode exigir em cada atividade são algumas ações efetivadas pelo terapeuta ocupacional em prol de melhorias ou da manutenção do status funcional do paciente.
Treinamento em Atividades da Vida Diária (AVDs)
As Atividades de Vida Diária (AVD) são aquelas que o indivíduo realiza ao longo de todos os dias e garantem a sua sobrevivência e bem-estar, como alimentação, banho, autocuidado, vestuário, uso do banheiro e mobilidade. O foco é restaurar a capacidade do paciente de realizar essas atividades. A participação nas pequenas tarefas é fundamental para que o paciente mantenha sua rotina de independência e preserve sua autoestima. Normalmente, essa ação é prioridade para os terapeutas ocupacionais.
Além disso, a TO introduz adaptações nas atividades, de acordo com a necessidade do paciente, promovendo a segurança e a independência. “As adaptações podem ser de diversas naturezas: modificações na forma de fazer a atividade, através de treinos; uso de tecnologias assistivas com substituição ou adequação de instrumentos utilizados, como talheres e pratos adaptados, dispositivos de auxílio para transferências e marcha; adaptações ambientais”, diz a especialista.
Trabalho em conjunto com a equipe multidisciplinar
A atuação da Terapia Ocupacional é ampliada por meio da colaboração de uma equipe multiprofissional de saúde. Essa abordagem integrada garante que todas as facetas do bem-estar do paciente sejam abordadas, desde necessidades médicas e de reabilitação até suporte psicológico e social.
A interação constante entre os membros da equipe de cuidados permite ajustes contínuos no plano de tratamento, além da estruturação de atendimentos compartilhados, assegurando que as intervenções sejam responsivas às mudanças nas necessidades e condições do paciente.
Sobre a YUNA
A YUNA, especializada em transição de cuidados, oferece suporte completo para pacientes de reabilitação, cuidados paliativos e continuados, atendimento individualizado e assistência transdisciplinar. Mais informações no telefone (11) 3087-3800 ou no site Link.