Com quase 25 anos de trabalho no estado, Homebaby conta com 200 pessoas internadas
Quando pesquisado o termo homecare no Google, poucas matérias aparecem sobre o tema, e isso se deve ao fato de o assunto ainda ser considerado um tabu na maioria das famílias. Para a psicóloga do Grupo Prontobaby, Talitha Nobre, o nascimento de uma criança, normalmente, é um evento repleto de expectativas, desde a gestação – onde se cria uma série de fantasias acerca deste novo membro.
“Quando ele nasce, naturalmente há um vácuo entre o bebê esperado e o bebê real. Se há a constatação de uma doença crônica, essa experiência pode ser ainda mais difícil e até devastadora. Diante da necessidade de reorganização dos membros para a chegada de um homecare pediátrico, muitos não suportam as atividades relacionadas aos cuidados em decorrência do adoecimento crônico e rejeitam a criança. E nessa dinâmica de adoecimento infantil, percebemos a mãe como figura central dos cuidados. Muitas vivenciam o afastamento do companheiro, de toda a família e passam a viver a experiência dos cuidados com o filho de maneira isolada”, esclarece a psicóloga e psicanalista, membro do corpo freudiano do Rio de Janeiro.
O Homebaby é o único hamecare do estado do Rio de Janeiro especializado em atendimento pediátrico, com mais de 50% dos pacientes de alta complexidade. Quando questionada sobre o diferencial deste atendimento, a pediatra Martha Fabíola Tavares, diretora técnica assistencial do Homebaby, afirma que é o cuidado centrado ao paciente que se estende ao familiar.
“Garantimos uma assistência segura e personalizada, com um setor de Centro de Apoio a Família (CAF), que presta apoio psicossocial aos familiares dos pacientes. Trabalhamos com dois tipos de homecare: os temporários, para a administração de medicamentos endovenosos por curtos períodos de tempo; e os que são direcionados àqueles que são crônicos. O último fica até a melhora e o desmame do assistido ou, em alguns casos, por conta da gravidade, da impossibilidade de cura ou melhora do quadro, presta-se ao atendimento até o óbito”, sinaliza a médica.
A prevalência de diagnóstico do Homebaby é de paralisia cerebral, com encefalopatia crônica. Desde 29 de março de 2022, o Rio de Janeiro, através da lei Nº 7.278, dispõe sobre a obrigatoriedade de hospitais e maternidades da rede pública e privada do Município, de realizarem os exames para diagnóstico precoce da encefalopatia crônica não progressiva da infância (PC – Paralisia Infantil). Dados da Associação Brasileira de Paralisia Cerebral revelam que no mundo há 17 milhões de pessoas que vivem com a doença e 350 milhões que estão diretamente ligadas a uma criança ou adulto que sofre do problema.
Para a psicóloga Alessandra Augusta Oliveira, coordenadora do CAF, o mais difícil é alinhar as expectativas dos pais nesses casos.
“Nem sempre eles estão em sintonia. Às vezes temos que lidar com sentimentos de culpa, o luto pela perda do filho ideal, todo o processo de aceitação que envolve aquela criança, a perda de autonomia. Quanto maior a complexidade do quadro, mais invasivos os procedimentos, maior a necessidade de profissionais atuando. Em alguns casos, a família se especializa tanto no quadro clínico da criança que os embates com a equipe são frequentes”, sinaliza.
Apesar de serem patologias de difícil tratamento, o Homebaby carrega poucos casos de óbito.
“Nossa taxa de efetividade clínica por não reinternação hospitalar tem média de 90% nos últimos três anos. Já a taxa de efetividade de atendimento às intercorrências clínicas gira em torno de 88%. 13% dos pacientes estão conosco há dois anos, e essa taxa já sobe para 18% daqueles que permanecem há três anos. Isso porque ainda temos os que contam com o Homecare desde o nascimento e, hoje, já têm mais de 18 anos. O paciente mais velho que atendemos tem 47 anos e por conta da sua síndrome, do seu tamanho e da sua idade, sempre internou no Hospital Prontobaby e a família solicita o nosso atendimento domiciliar há quase 20 anos”, comenta a Dra. Martha Tavares.
Embora a dinâmica de internação domiciliar seja comum aos pacientes, a forma como cada família se organiza dentro desse contexto é singular. “Todos têm uma história, com demandas particulares que aparecem de acordo com a estrutura sociocultural. Assim, torna-se necessário considerar as particularidades e poder ouvi-los para além dos contornos patológicos, permitindo ao cuidador a expressão da sua subjetividade e melhor compreensão do cenário vivido”, finaliza a psicóloga Talitha Nobre.
Grupo Prontobaby: referência em pediatria no Rio de Janeiro, é responsável pelo maior número de atendimentos pediátricos de emergência, cirurgias e internações da rede privada de todo o Estado. Seu corpo clínico é composto pelos seguintes especialistas: pediatra; alergista e imunologista; cirurgião plástico; dermatologista; geneticista; hematologista; homeopata; neurocirurgião; neurologista; odontologista; oncologista; ortopedista; otorrinolaringologista; pneumologista; urologista. Pertencem ao Grupo o Prontobaby – Hospital da Criança; o Centro Pediátrico da Lagoa; o Prontobaby Méier – Criança 24 horas; o Prontobaby Leopoldina; o Instituto de Especialidades Pediátricas – IEP; e o Homebaby – Homecare Pediátrico.